Melhor Idade: Oi, MOÇO…

Não me perguntem quantos anos tenho, e sim quantas cartas eu recebi e enviei.

Se mais jovem, se mais velho…

O que importa, se ainda eu sou um fervilhar de sonhos,

Se não carrego o fardo da esperança morta.

Não me perguntem quantos anos tenho, e sim, quantos beijos eu troquei – beijos de amor.

Se a juventude em mim ainda é festa, se aproveito tudo a cada instante e se bebo da taça gota a gota. Ora então pouco se me dá que gota resta.

Não me perguntem quantos anos tenho, mas, queiram saber de mim se criei filhos, queiram saber de mim que obras eu fiz. Queiram saber de mim que amigos tenho e se alguém, eu pude, tornar feliz.

Não me perguntem quantos anos tenho, queiram saber de mim que livros li… Queiram saber de mim por onde andei, queiram saber de mim quantas histórias, quantos versos ouvi, quantos cantei.

E assim, sempre assim, todos vocês, por mais brancos estejam meus cabelos, por mais rugas que vejam no meu rosto. Terão vontade de chamar-me: Oi moço…

E ao me verem passar aqui… Ali… Não saberão ao certo, a minha idade, mas saberão por certo, que eu vivi… Contei meus anos. E descobri que terei menos tempo para viver daqui pra frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Não faça como tantos, que se sentem velhos porque tem 70 anos e esquecem que Moises comandou o êxodo aos 80… “Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade”.

ARMANDO SILVEIRA

Armando Silveira – morador do lado sul

A ÁRVORE – Coluna Melhor Idade

Armando Silveira

Era uma vez uma árvore no meio de um parque. Era uma árvore muito pequena, de galhos muitos frágeis, mas sonhava ser grande e dar muitos frutos. O tempo passou… Seu caule engrossou e suas folhas se multiplicaram. Um belo dia, ela perguntou a sua mãe quando é que os frutos viriam. – Oh meu amor não somos árvores frutíferas.  Somos só assim mesmo. E a árvore chorou porque não tinha nada para oferecer. Via as pessoas apanharem as frutas de suas companheiras, e até folhas medicinais, enquanto ela vivia ali, parada, inútil. Até que ficou tão triste, inconsolável, que teve vontade de morrer. Suas folhas, então, foram murchando. Seus galhos começaram a secar.

Ela foi ficando cada vez, mas curvada, ressecada, sem vida. E no silêncio  de sua dor, ouviu um pássaro piar: por favor, dona árvore não faça isto, minha esposa está chocando novos filhotes , aqui neste seu galho, se ele cair, que será de nós? Espantada, ela prestou um pouco de atenção. Começou a reparar quantos seres moravam nela. Tinha família de micos-leões… E mais uma casinha de João- de-barro… E mais uns besouros… Além de outros ninhos.

Então ela viu as abelhas que tinham se alojado num vão entre suas raízes, onde fabricavam mel saboroso. E viu uma família de pessoas almoçando à sua sombra. Uma orquídea em botão, presa ao seu tronco, sussurrou: – Espere um pouco mais, para ver a surpresa que vou lhe fazer.

E só então, ela conseguiu ouvir a voz de Deus em seu coração dizendo: – Nem todas as árvores são frutíferas. Algumas como você, podem ter muito mais a oferecer. A árvore, com aquele pensamento, recuperou a vontade de viver, ficando saudável, em poucos dias. Assim ela pode festejar quando os passarinhos nasceram. E contemplou, encantada, a beleza da linda e colorida flor que enfeitava seu tronco quando a orquídea se abriu. Muitas gerações de crianças já construíram casas e balanços em seus galhos firmes e fortes. Esta é sua alegria. E até hoje ela está lá, dando cada vez mais sombra. Sustentando cada vez mais vidas, feliz por ter encontrado sua verdadeira razão de viver. – E você? – É com você sim… Você que assiste esta leitura. Tem se lamentado por não possuir “dons excepcionais”? Nunca foi realizado um grande milagre através de você? – Quem sabe, dispensar um pouco de sua atenção, dar um sorriso ou doar o calor de seu abraço para confortar o próximo. – quem sabe, basta apenas uma simples ligação ou um e-mail para dizer o quanto alguém é especial para Deus e para você. Pequenas demonstrações de carinho falam mais alto que palavras. – Pense nisto. – Venha cá, dê um abraço neste seu irmão em Cristo.

Transcrito de autor desconhecido, conforme “Malbatahan” com adaptações de Armando Silveira.

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