Coluna FALA REALENGUENSE
Sou professora, artesã, nascida e criada em Realengo. Vejo as dificuldades deste lugar durante quase toda a minha vida!
Um dos grandes sofrimentos vividos aqui é a situação dos transportes… Moro no Batam, estudo na Simonsen e não existe uma condução para ir até lá! Vou até o Centro do Rio numa condução só, porém, para ir para Padre Miguel, são duas! Ou então, caminhar bastante… Mas nem preciso ir “muito” longe: sou consumidora de uma loja de artesanato que fica bem próxima da praça de Realengo e também preciso fazer caminhadas para chegar até lá, ou seja, de Realengo até o “outro” lado de Realengo. Dependo de kombis que vivem lotadas e, quem tem RioCard, não pode fazer uso pois as mesmas não aceitam esta modalidade de pagamento. E as crianças que estudam na Nicarágua? Bem, as mães colocam os filhos em escolas públicas e pagam transporte particular para que seus filhos possam estudar. Eu acho um absurdo! Ah, e os idosos? Esquece, esquecidos totalmente!
Existe também a dificuldade para ir até Marechal Hermes, ou até mesmo a escola Rosa da Fonseca. É a mesma situação. Tanto faz, 739 ou 820, não dão lucro, não é mesmo?
A prioridade não é bem estar público e sim o lucro. Solução: ou pagar o que já relatei, transporte ruim de kombis, ir para a escola de carro particular e pago ou, mudar de bairro…
O tempo não me permite falar mais, porém temos também uma deficiência em lazer, comércio, escola…
Deixo aqui um abraço esperançoso de alguém que gosta muito de viver neste bairro e que crê nas mudanças.
Cynthia Pessoa
Moradora do lado Norte